Para FPF-PE, experiência com árbitro de vídeo foi positiva

ADAURY VELOSO ;  O pênalti marcado a favor do Salgueiro no primeiro jogo da final do Campeonato Pernambucano, contra o Sport, no último domingo, gerou polêmica. Não só pelo lance duvidoso, mas também porque, na primeira vez em que o público brasileiro viu de perto o auxílio do recurso de vídeo, a demora predominou. Foram quase seis minutos entre o momento da paralisação da partida feita pelo árbitro José Woshington da Silva até a confirmação da penalidade máxima após consultar o auxiliar de vídeo Péricles Bassols. Porém, para a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), a experiência inédita acabou sendo positiva.

“Era esperada a demora porque foi a primeira utilização da tecnologia integrada, online e offline. Além disso, foram muitas pessoas avaliando o lance. Além do árbitro tinham os dois executivos da CBF”, disse Evandro Carvalho, presidente da FPF. “Por ser a primeira vez, teve esse excesso de cautela. Mas é normal”, completou. A novidade acabou passando pelos mesmos questionamentos no Mundial de Clubes da Fifa, em que as jogadas duvidosas demoravam a serem avaliadas.

A utilização do recurso foi inédita em partidas oficiais no Brasil. Porém, a experiência faz parte de uma série de testes da Fifa para que seja implantado, futuramente, nos torneios mais importantes pelo mundo. Além do Campeonato Pernambucano, o “AV” foi utilizado também na Europa, no ano passado.

Em setembro de 2016, na partida Ajax x Willem II, válida pela Copa da Holanda, o árbitro Danny Makkelie mudou sua decisão após avaliação por vídeo. Ele havia dado um cartão amarelo para o jogador Anouar Kali, do Willem, por uma entrada dura em Schone, do Ajax. Porém, menos de um minuto após o lance ocorrer, Makkelie foi chamado pelo árbitro de vídeo Pol van Boekel, que avaliou o lance como sendo mais duro, e sugerindo o cartão vermelho, que foi aplicado.

A ajuda do vídeo foi usada na aplicação de cartões, mas também serve para avaliar outras três situações: se foi gol ou não, se foi pênalti ou não (caso de Sport x Salgueiro) ou se houve identificação equivocada de jogador na aplicação de cartão.

Depois da estreia em Pernambuco, o auxílio de tecnologia na arbitragem poderá ter um retorno próximo. A ideia é que o dispositivo volte à cena no segundo jogo da final do Estadual, em Salgueiro. A volta, que acontece apenas no dia 18 de junho, deve contar com a revisão de jogadas. “Fizemos a solicitação para os dois jogos do Pernambucano, mas tem o custo e a questão operacional de ser em Salgueiro”, disse Evandro.

Com rapidez ou tendo muito o que aperfeiçoar, o impacto da tecnologia no futebol é visto com bons olhos. “Acho que isso vai revolucionar o futebol. Vai existir um ‘antes do vídeo’ e ‘depois do vídeo’ com esta tecnologia”, encerrou o presidente.

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