ADAURY VELOSO – O BALANÇO DO SPORT
O relatório apresentado pela Auditoria Independente com relação ao Balanço Financeiro do Sport do exercício de 2018, na verdade foi apenas um trabalho técnico, sem aprofundar-se nos detalhes.
Para quem entende um pouco do setor os números apresentados são alarmantes por conta de um Passivo gigantesco, muito acima da capacidade de pagamento do clube.
No ATIVO NÃO CIRCULANTE foi colocado o item Intangível de forma errada, e isso foi citado pelos auditores, no valor de R$ 61,5 milhões, que serviu apenas para a devida compatibilização com o PASSIVO, que na verdade está DESCOBERTO, e afeta a LIQUIDEZ CORRENTE, quando o clube não tem condições de quitar os seus débitos à curto prazo.
Obvio que perdeu o crédito no mercado.
As insanidades tomaram conta do Sport durante o exercício de 2018, mesmo com uma boa RECEITA OPERCIONAL LÍQUIDA de R$ 99.1 milhões que colocou-o no TOP 15 dos maiores faturamentos.
O PASIVO CIRCULANTE totalizou R$ 138,1 milhões, contra R$ 69,2 milhões (1997), ou seja a gastança foi exagerada e apostaram no aleatório. Deveria ter sido feito um estudo analítico desses débitos para que possam ser entendidos.
As OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS somaram R$ 55,6 milhões, contra R$ 10.6 milhões de 2017. Trata-se de apropriação indébita cujos valores não foram depositados na conta do governo. Nesse caso a diretoria anterior deveria ser penalizada por não ter cumprido a legislação.
Por outro lado as OBRIGAÇÕES SOCIAS E TRABALHISTAS subiram de R$ 10,9 milhões, para R$ 22,3 milhões. Por conta disso as cotas da televisão foram bloqueadas pela Justiça do Trabalho.
A rubrica FORNECEDORES somou R$ 40,1 milhões.
O PASSIVO NÃO CIRCULANTE totalizou R$ 55,3 milhões. Somando-se o Circulante e o Não Circulante a soma é de R$ 193,4 milhões, que para Receita prevista para 2019, não existe a menor condição de pagamento.
O DEFICIT DO EXERCÍCIO foi de R$ 14,4 milhões, e o acumulado é de R$ 129,1 milhões.
Na realidade um clube com uma receita bem razoável jamais poderia chegar a uma situação como essa, e com a gravidade de ter caído para a Série B com uma queda violenta nas Cotas da Televisão.
O problema do Sport foi totalmente gerencial, desde que os seus dirigentes pensavam que estavam ricos e gastaram acima das possibilidades, em especial no futebol. Compraram uma Ferrari sem dinheiro para a gasolina.
Como sugestão para a atual diretoria, sem nenhum sentimento de caça às bruxas, achamos que uma analise mais profunda desse balanço deveria ser realizada, para que as providencias cabíveis possam ser tomadas.
Lamentável a atual situação do Sport que hoje está sem lenço ou documento numa Série B deficitária, e sem condições de resolver a curto prazo os seus problemas.