ADAURY VELOSO;
Equipe coral recebe Tricolor de Aço às 16h deste sábado, na Arena de Pernambuco; diferença orçamentária é de R$ 130 milhões nesta temporada;
Entre o Santa Cruz e o Bahia, existe neste momento um abismo técnico. Proporcionado, evidentemente, por outro abismo concretamente ainda maior: o financeiro. Afinal, nas Série C e A, respectivamente, as equipes têm uma assustadora diferença no projeto orçamentário deste ano. O Tricolor pernambucano trabalha com R$ 10 milhões. O baiano, R$ 140 milhões. Ambos foram campeões recentes da Copa do Nordeste (2016 e 2017, respectivamente), torneio em que os deixam frente a frente às 16h deste sábado, na Arena de Pernambuco. Duelo de equipes tradicionais no país, o clássico terá pelo menos uma vertente de equilíbrio que vai além da tradição das camisas: os dois clubes tiveram uma largada parecida na temporada.
E é justamente o bom futebol apresentado até aqui em 2019 que o Santa Cruz tem como trunfo para igualar as forças contra o Bahia, clube de maior investimento e poderio financeiro de toda região. Organizado em campo e ajustado defensivamente, o Tricolor sofreu apenas um gol em três jogos até aqui. Com dois empates e uma vitória em três jogos, pôde se mostrar uma equipe equilibrada entre os setores, compacta e que comete poucos erros. Nem de longe, todavia, teve um teste tão duro como que terá pela frente.
“Às vezes um detalhezinho, um descuido, contra uma equipe de menor qualidade você comete e não compromete o resultado final. Contra o Bahia, clubes dessa potência, principalmente no que diz respeito a qualidade de elenco, 30 segundos de distração é suficiente para perder o jogo. O maior desafio é manter a concentração elevada, como é uma praxe nossa cobrar sempre isso dos atletas”, disse o técnico Leston Júnior.
O treinador coral admite a disparidade entre os dois clubes no momento, mas leva consigo a esperança inspirada no velho chavão “futebol é 11 contra 11”. “O Bahia vive um momento hoje diferente do Santa, é inegável. A situação orçamentária, o simples fato de ser um clube figurante na Série A dá um poder de investimento muito maior, mas o futebol é apaixonante porque quando a bola rola essas coisas acabam ficando em segundo plano, passa a ser o enfrentamento de 11 contra 11” afirmou.
A aposta concreta maior do treinador do Santa Cruz vem, de fato, da organização que o time vem apresentando na temporada. Sem esquecer do poderio do oponente, Leston espera ver a equipe novamente equilibrada em campo para medir forças com o Tricolor de Aço. “É um grande adversário. Manteve base do ano passado e principalmente filosofia de trabalho, com comissão técnica comandada pelo Enderson (Moreira) e sai na frente, não tem como. Vai ser um grande jogo e precisamos estar preparados na mesma proporção para conseguir fazer um jogo equilibrado durante os 90 minutos”, pontuou.