Os motivos que levaram o Náutico a pior largada na era dos pontos corridos

ADAURY VELOSO ;

Questões políticas, financeiras e reformulação levam o Timbu a largar muito atrás dos adversários; passivo do clube é dez vezes menor que o orçamento ;

São muitos os pontos concretos que podem ser usados para comprovar o momento delicado em que o Náutico está inserido neste momento. Seja no campo político, financeiro ou mesmo dentro de campo, onde os resultados são um fiel reflexo do acúmulo de más administrações no clube ao longo dos últimos anos. Resultado disso, o Timbu tem, em sete edições disputadas, a sua pior largada na Série B desde que o Brasileiro passou a ser disputado por pontos corridos, em 2006. Em quatro rodadas, o time perdeu três jogos. Somou apenas um ponto. É a única equipe que ainda não marcou gols. Há menos de um mês à frente do elenco, o técnico Waldemar Lemos já está em xeque.

Com eleições antecipadas pelo Conselho Deliberativo para o próximo dia 16 de julho, a contragosto do presidente do executivo, Ivan Brondi, os bastidores alvirrubros seguem fervendo. A situação ainda não descartou ir à Justiça a fim de tentar barrar o pleito antecipado. Enquanto isso, ao mesmo tempo, não deixa de discutir nomes para o caso de um bate-chapa. Em paralelo a isso, o Náutico, imerso em dívidas que chegam em quase dez vezes a receita anual do clube, sofre com severas restrições para contratações e a reformulação do elenco, que está em curso em pleno andamento da Série B.
De acordo com o orçamento divulgado pelo clube em abril, o Náutico tem um passivo de R$ 155,6 milhões, entre tributos, dívidas trabalhistas, etc. Enquanto a receita, 9,6 vezes menor, é de R$ 16,7 milhões. Após ficar devendo mais de três meses de salários a atletas e funcionários, a diretoria que assumiu o clube há cerca de três semanas tenta reformular o elenco fazendo acordos, negociando a saída de alguns e trazendo outros tantos. A fórmula, arriscada e de retorno lento, não vem apresentando na prática resultados positivos.
Mais reforços
Tentando viabilizar novos reforços junto a clubes paulistas, o diretor de futebol Alexandre Homem de Melo foi ontem para São Paulo, onde teve uma reunião com integrantes da diretoria do Palmeiras. Em pauta, a liberação de atletas que não estão sendo utilizados ou que estão emprestados a outras equipes. A visita a equipes do interior paulista também está no cronograma de viagem. Enquanto isso, pressionado pelo acúmulo de fracassos (cinco ao todo), Waldemar Lemos sofre com a rejeição da torcida, mas tem na confiança depositada pela diretoria o afago para seguir o trabalho e tentar reverter o que hoje se mostra ser improvável.

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